quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Não tenhas

Não tenhas nada nas mãos
Nem uma memória na alma,
Que quando te puserem
Nas mãos o óbolo último,
Ao abrirem-te as mãos
Nada te cairá.
Que trono te querem dar
Que Átropos to não tire?
Que louros que não fanem
Nos arbítrios de Minos?
Que horas que te não tornem
Da estatura da sombra
Que serás quando fores
Na noite e ao fim da estrada.
Colhe as flores mas larga-as,
Das mãos mal as olhaste.
Senta-te ao sol. Abdica
E sê rei de ti próprio.

http://www.pessoa.art.br/?p=166

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Apenas sentimentos

Um músico local fez uma versão de uma música nossa, ficou muito boa mesmo. "Apenas sentimentos", postei ai ao lado ans músicas.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O ego morre em sua própria gaiola de vidro

Num mundo tão ávido de amor, não admira que homens e mulheres fiquem cegados pelo glamour e pelo brilho de seus prórpios egos refletidos. Não admira que o tiro de revólver seja a última intimação. Não admira que as rodas ferozes do metrô, embora reduzam o corpo a pedaços, não consigam precipitar o elixir do amor. No prisma egocêntrico, a vítima indefesa é emparedada pela própria luz que ela refrata. O ego morre em sua própria gaiola de vidro...


MILLER, Henry. Sexus. Tradução de Sergio Flaksman. São Paulo: Companhia das Letas, 2004. p. 265

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Devemos nos transofmrar em nós mesmos

O mundo só teria alguma coisa valiosa a receber de mim a partir do momento em que eu deixasse de ser um membro sério da sociedade e me transformasse em - mim mesmo. O Estado, a nação, as nações unidas do mundo, não passavam de um imenso agregado de indivíduos a repetir os erros de seus ancestrais. Eram presos à roda assim que nasciam, e nela persisitiam até a morte - e esse moinho, tentavam dignificar dando-lhe o nome de "vida".
 
 
MILLER, Henry. Sexus. Tradução de Sergio Flaksman. São Paulo: Companhia das Letas, 2004. p. 238

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A arte não é um número solo

Nenhum artista pode aproveitar sua vida fugindo da sua tarefa [...] A arte não é um número solo; é uma sinfonia no escuro, com milhões de participantes e milhões de ouvintes [...] na verdade é quase totalmente impossível deixar de dar expressão a uma grande idéia. Somos apenas instrumentos de um poder maior. Somos autores licenciados [...] Ninguém cria sozinho, por si e para si mesmo. O artista é um instrumento que registra algo que já existia, uma coisa que pertence ao mundo todo e que, se ele for mesmo um artista, irá sentir-se compelido a devolver ao mundo.
 
 
 
MILLER, Henry. Sexus. Tradução de Sergio Flaksman. São Paulo: Companhia das Letas, 2004. p. 160