domingo, 15 de janeiro de 2012

Um dia seremos deuses

A impressão mais profunda que a Grécia deixou em mim foi a de ser um país numa dimensão humana. [...] A Grécia é o lar dos deuses; eles podem ter morrido, mas a sua presença ainda se faz sentir. [...] tinham proporções humanas: foram criados pelo espírito do homem. [...] no mundo ocidental este vínculo entre o homem e a divindade foi rompido, o ceticismo e a paralisia que esta ruptura provocou na natureza humana são a chave para a destruição inevitável da nossa civilização. Se os homens deixam de acreditar que um dia serão deuses, transformam-se, certamente, em vermes. [...] Nenhuma nação pode gerar um novo meio de vida sem uma visão universal. [...] já aprendemos que todos os povos da terra estão interligados, mas ainda não conseguimos utilizar esta descoberta de forma inteligente. Vimos duas guerras mundiais e, sem dúvida, veremos uma terceira, talvez uma quarta, possivelmente outras mais. [...] O mundo deve se tornar, novamente, pequeno, como era o antigo mundo grego: suficiente pequeno para conter todo o mundo.
MILLER, Henry. O colosso de Marússia. Tradução de Cora Rónai. Porto Alegre: L&PM, 2003. 254 p.

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