quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
Grande celebração de encerramento do semestre e do Mundo !
domingo, 2 de dezembro de 2012
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
O mundo é o nosso lar
domingo, 18 de novembro de 2012
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
terça-feira, 13 de novembro de 2012
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
sábado, 3 de novembro de 2012
Lançamento do nosso livro de poesias
HOMEM DA RUA
(fabiano foresti)
Por onde andas?
Quais são as ruas onde moras?
Não te adiantes em dizer.
A tua morada é também itinerante.
Habitas teu próprio ser.
Moras dentro de teu corpo errante.
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Chega de escrever
Ouvindo música em meio ao redemoinho,
Preciso escrever uma poesia para ficar bem.
Preciso comunicar-me comigo mesmo devagarinho,
Ouvir todas as mensagens que a minh'alma tem.
Ela quer mostrar-me, oferecer,
Todas as possibilidades anímicas que existem,
E meus olhos cegos insistem em não ver,
Só para sentir como as almas mentem.
Diz-me que a vida pode ser outra, impensável aventura,
Que conheceria sensações diferentes, de entorpecer,
Pensamentos enlevados surgiriam por ventura...
Afasto-me do objeto que me ausculta: chega de ouvir música,
Chega de ouvir a minh'alma, chega de escrever.
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Nem arte, nem loucura
"O verbo surtar ganhou status e glamour. Hoje em dia todos surtam. É a moda"
Entre as balelas inventadas pela modernidade, uma foi estabelecer nexo entre arte e loucura, como se o artista fosse necessariamente um alucinado. Diz-se comumente que "de artista e de louco todo mundo tem um pouco". O verbo surtar, do jargão psiquiátrico – que significa a perda de controle sobre si mesmo, a entrada num estado paranoide ou delirante com todas as dores próprias da alucinação –, ganhou status e glamour. Hoje em dia todos surtam. É a moda. Até o Houaiss já registrou o significado mais ou menos brando do verbo surtar, colocando-o no campo das neuroses, dos problemas psicológicos. Ninguém se assuste ao ouvir esse neologismo nas filas de banco, no supermercado e na novela das seis horas.
A sociedade apropriou-se da loucura como um bem descartável, banindo o que havia de sagrado e maldito nesse estado alterado de consciência. Empanturrou-se de drogas, de medicamentos, de álcool e fumo. E também de psicanálise. Na derrapada, confundiu o estado de transe criador com o delírio esquizofrênico, o jejum da ascese com a anorexia nervosa, a náusea existencialista com a bulimia das modelos de passarelas. A fantasia de que os artistas são seres fragmentados é própria de uma sociedade com rupturas.
Os poetas buscaram o absoluto, um fluxo permanente de criação a custo de trabalho e sofrimento. Nietzsche não escreveu delirando, Schumann não compunha em surto psicótico, nem Van Gogh pintava quando estava alterado. Os Upanishads, textos sagrados do povo indiano, definem o vazio que antecede o ato criador como um instante de comunhão com o ser: "O mais alto estado se alcança quando os cinco instrumentos do conhecer permanecem quietos e juntos na mente, e esta não se move." Êxtase, iluminação, revelação ou inspiração, qualquer nome que se queira dar a esse estado, não corresponde à loucura. Ao contrário, é puro saber. O poeta inglês Wordsworth escreveu que "a poesia é emoção relembrada em tranquilidade." O mesmo pensou Freud quando afirmou que no ato criador há um fluxo de ideias e imagens que jorram do inconsciente, mas são polidas pelo consciente.
Na era moderna, o artista desprezou a natureza coletiva da criação, assumindo um exacerbado individualismo. Atribuiu a si próprio a única responsabilidade por sua arte e nomeou-se "criador", epíteto antes usado apenas para designar os deuses. A autoria virou a marca do nosso tempo.
Os pintores zen-budistas não assinavam suas aquarelas porque acreditavam que elas só adquiriam existência ao serem contempladas. Qualquer pessoa que a olhasse se tornava o autor, pois a reinventava a partir daquele instante de contemplação, conceito filosófico vago para a nossa mente ocidental monoteísta, que atribui a criação do mundo a um Ser único. A modernidade buscou assinaturas onde elas não existiam, em trabalhos reconhecidamente coletivos, de mestres e discípulos. Os afrescos italianos pintados por confrarias de artesãos tornaram-se obras exclusivas de Giotto, Duccio, ou Pisanello. Apagaram-se os nomes dos pintores especialistas em mãos, pés, olhos, douramentos, pregas de mantos, molduras, que trabalharam em paredes de igrejas e palácios, acreditando que bem melhor do que sonhar uma obra de arte é realizá-la. Buscou-se a assinatura do criador único, por mais oculta que ela se encontrasse, sob camadas de tinta.
Entre as nações tribais, bastava que um membro se desgarrasse dos costumes para ser punido com a expulsão ou a morte. A mitologia está repleta de heróis que padeceram na luta pela individuação. Quando uma sociedade se confronta com um artista, ela tanto pode aliená-lo de sua coletividade, como elegê-lo seu representante. Ao mesmo tempo em que ela cobra dele que rompa com as regras, transgredindo, extrapolando, derrubando muros, pune-o por essas transgressões. Surge a figura moderna do artista neurótico, perplexo e fragilizado, que não distingue o eterno do descartável, porque também não lhe interessa essa distinção. Tudo é consumido numa velocidade alucinante. O novo envelhece em poucas horas, criam-se novos simulacros, as prateleiras são repostas. O artista se transforma em fabricante de escândalos, em alucinado. Confunde-se arte e produto, poesia e escracho, êxtase e exposição da imagem. E o atributo de loucura serve apenas à ambígua função de justificar o artista ou execrá-lo.
Ronaldo Correia de Brito é escritor, dramaturgo e médico. Autor de Galileia, Faca e Livro dos Homens
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
Alma cria
Gatas Extraordinárias - Cássia Eller
O amor me pegou
E eu não descanso enquanto não pegar
Aquela criatura
Saiu na noite à procura
O batidão do meu coração na pista escura
Se pego, ui...
Me entrego e fui
Será que ela quererá
Será que ela quer
Será que meu sonho influi
Será que meu plano é bom
Será que é no tom
Será que ele se conclui
E as gatas extraordinárias que
Andam nos meios onde ela flui
Será que ela evolui
Será que ela evolui
E se ela evoluir, será que isso me inclui
Tenho que pegar, tenho que pegar
Tenho que pegar essa criatura
Tenho que pegar, tenho que pegar
Tenho que pegar
http://letras.mus.br/cassia-eller/12569/
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
domingo, 16 de setembro de 2012
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Estais ouvindo o alarido que fazem esses livros?
(Anatole France, "As sete mulheres de Barba Azul")
terça-feira, 11 de setembro de 2012
Escrever para morrer
Para esquecer os gestos mesquinhos,
Toda a estupidez e falta de carinho
Que meu coração lhe deu.
Escrevo para esquecer quem sou
E para esquecer outro alguém.
Para lembrar das boas ações
Que eu fiz pra ninguém.
Escrevo pois quero morrer
Com calma, de mansinho,
Com as mãos de um demônio -
Feio, mal e pequenino -
Nas minhas mãos,
Conduzindo-me devagarinho.
f. foresti
Fado de poeta
Aniversário
De tal maneira que hoje...
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
domingo, 19 de agosto de 2012
Sobre viver bem
terça-feira, 7 de agosto de 2012
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
É preciso estar sempre embriagado
"É preciso estar sempre embriagado. Eis aí tudo: é a única questão. Para não sentirdes o horrível fardo do Tempo que rompe os vossos ombros e vos inclina para o chão, é preciso embriagar-vos sem trégua. Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa maneira. Mas embriagai-vos. E se, alguma vez, nos degraus de um palácio, sobre a grama verde de um precipício, na solidão morna do vosso quarto, vós acordardes, a embriaguez já diminuída ou desaparecida, perguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que foge, a tudo que geme, a tudo que anda, a tudo que canta, a tudo que fala, perguntai que horas são; e o vento, a onda, a estrela, o pássaro, o relógio, responder-vos-ão: 'É hora de embriagar-vos! Para não serdes os escravos martirizados do Tempo, embriagai-vos: embriagai-vos sem cessar! De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa maneira'."
Charles Baudelaire
domingo, 29 de julho de 2012
Calma aí
Ei Tá Tão Depressa Calma Aí Que A Pressa Acaba Você
Talvez Cantar Ou Escrever
Possa Aliviar O Esquema Do Sistema De Ser
Você O Sol O Pas-De-Deux
O Alaúde Do Tocador Matinal
Pode Aliviar O Excesso De Sal
À Saúde De Quem Veio Antes De Mim
Bebo Esse Vinho Tinto Atemporal Amadeirado
E Não Venha Me Dizer Que Para Tudo Há Só Um Lado Planificado
E Não Vem Você Dizer Que É Assunto Encerrado
Está Errado
CALMA AÍ CALMA AÍ CALMA AÍ CALMA AÍ
MAIA - BAIXO, GUITARRA E VOCAL
LEDOUX - BATERIA
quinta-feira, 19 de julho de 2012
terça-feira, 3 de julho de 2012
O princípio de gênero
segunda-feira, 2 de julho de 2012
Coração embalsamado
Superestrela
Claustrofobia
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Capa segundo CD da banda: Menina por favor
quarta-feira, 30 de maio de 2012
Instrumentos musicais mais antigos do mundo
Os cientistas usaram datação por carbono para descobrir que as flautas têm entre 42 mil e 43 mil anos de idade e datam da mesma época em que o Homo sapiens iniciou a ocupação da Europa.
Liderada por Tom Higham, da Universidade de Oxford, a equipe disse que o achado sugere que os humanos modernos chegaram ao Danúbio Superior antes de uma fase climática de frio extremo ter atingido a região, por volta de 39 mil a 40 mil anos atrás.
Até então se acreditava que o Homo sapiens teria chegado ao local somente após esta onda de frio.
"Estes resultados são consistentes com a hipótese que criamos muitos anos atrás, de que o Rio Danúbio foi um corredor importante para o movimento de humanos e inovações tecnológicas para o centro da Europa entre 40 mil e 45 mil anos atrás", disse Nick Conard, pesquisador da Universidade de Tuebingen.
Os cientistas argumentam que os instrumentos musicais podem ter tido um papel importante para rituais religiosos ou recreativos e alguns chegam a afirmar que a música pode ter sido um dos fatores de diferenciação dos homens modernos sobre os neandertais, que foram extintos em grande parte da Europa há cerca de 30 mil anos.
terça-feira, 29 de maio de 2012
A todo mundo
quinta-feira, 24 de maio de 2012
terça-feira, 22 de maio de 2012
segunda-feira, 21 de maio de 2012
sexta-feira, 18 de maio de 2012
Gravação nova: Saia do meu inconsciente
Não quero mais pensar em você,
Me deixe descobrir quem eu sou,
Arranjo: l. manzoni/fabiano foresti/f. foresti/r. albuquerque
©Copyright 2010 Todos os direitos reservados
quarta-feira, 9 de maio de 2012
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Música nova: Naquele local
NAQUELE LOCAL*
(f. foresti)
Naquele local eu vi morrer
Naquele local eu vi nascer
Naquele local tinha um quadro
De Cristo crucificado (2x)
Também tinha o quadro de um negro
Tentando agarrar o sol (2x)
Música dedicada ao meu pai, Dr. Eroni Foresti
quarta-feira, 18 de abril de 2012
Bando de cagão
Sou um analfabeto tecnológico, é preciso antes de tudo esclarecer isso. Não sei instalar programas, baixar músicas, filmes ou mandar mensagens de texto via celular (sim, por conta de compromissos profissionais recentemente aderi a essa COLEIRA DO DEMÔNIO). Só sei mexer no photoshop e um pouco no word, programas que ajudam no meu trabalho. Ah, também nunca joguei videogame na minha vida (o fato de nunca ter ganhado na infância um brinquedo movido a pilha sequer , talvez explique essa aversão a diversões eletrônicas).
Sei postar as coisas aqui no blog, mas para isso realmente não precisa ser o inventor do Facefuck para se sair bem.
Pois bem, feita essa pequena introdução (OPS), o caso é que nunca tinha ouvido falar no tal do TROLL. Recém adentrado no selvagem mundo do Twitter (por dinheiro, é claro), me explicaram o conceito: basicamente são pentelhos que ficam enchendo o saco das pessoas online, e nunca pessoalmente. Talvez seja essa a única contribuição que esses indivíduos fazem para a sociedade - ficarem dentro dos seus quartos mofados.
segunda-feira, 16 de abril de 2012
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Re: Poema do saco cheio
PATRIOTISMO RECORRENTE PATOLÓGICO AGUDO POR
OSMAR COMDÊ NOPHYN
Estou cheio,
cheio de tudo.
cheio da vida, cheio do mundo,
cheio de mim mesmo.
Cheio de respirar sem parar,
de comer, de estudar, de andar,
de olhar, de beber, de mijar, de cagar,
sem jamais acabar de encher umas coisas
e esvaziar outras!
Cheio de ver o Sol passar de lá pra cá,
de lá pra cá, de lá pra cá,
e nunca, não sei por que, de cá pra lá!
Cheio de um dia passando atrás do outro,
ontem, hoje, amanhã, depois,
janeiro, fevereiro, março, abril,
segunda, terça, quarta, quinta,
quinta, quinta, quinta, quinta dos infernos...
E repetir todo dia essa chatura eterna:
"Bom dia", "Boa noite". "como vai?"
Cheio de abrir jornal cada dia que passa
e saber que Fulano matou a Beltrano,
que aquele outro roubou,
que tal preço subiu,
que a mulher do padeiro
la-la-ri com o leiteiro.
Guerra, revolução, jogo de futebol,
cheio de em todo jogo haver sempre
um que ganha, um que perde, um juiz que é ladrão.
Cheio de receber, de pagar, de comprar,
de pagar, de ganhar, de perder, de comprar,
de pagar, de pagar, de pagar, de pagar...
Cheio de só ver gente que
está sempre doente.
Cheio de ver gargantas, de ver línguas de fora,
de ver cacos de dentes,
de bocas que fedem mais que bobó de gambá!
"Dói aqui?" "Dói ali?" "Dói acolá?"
Dói, sim. Tudo dói. Tudo está mal!
Cheio de vidros cheios de tumores,
de escarro, de sangue, de bosta.
Cheio da humanidade que passa
e repassa
e nasce, e cresce, e morre,
e não acaba nunca de nascer,
de crescer, de morrer, de morrer!
Como enche isso tudo!
Criança berrando e berrando e berrando.
Cheio de gente justa, gente boa, gente fina,
gente que diz "comigo é tudo no direito"
e de nunca encontrar essa gente na vida,
gente que já nasceu certamente enterrada:
"Aqui jaz Fulaninho, um primor de candura"
"Aqui jaz Fulaneco, a bondade em pessoa"
"Tutti buona genti, ma ladri!"
Cheio, cheio de fato
do que se diz, do que se lê, do que se escreve.
Cheio dessa poesia imbecil e concreta,
dessa música besta, dessa prosa idiota.
Cheio de precisar falar ao telefone,
aperte o dois, aperte o três, aperte o quatro,
e tome musiquinha,
onde está você, telefonista?
aperte o cinco, aperte o seis, aperte o sete,
e tome musiquuinha
até que a linha cai,
espere um pouco mais, insista, insista, insista
"Ora vá aporrinhar tua mãe
sua vigarista!"
Cheio das mentiras convencionais:
"Tive muito prazer em conhecê-lo"
Prazer? Porque prazer? Prazer horrível, é o que é!
E quer saber do que mais? Pois então, vá...
Oh! a angústia suprema do palavrão
que morre amordaçado na garganta!
Chato mundo, mundo chato, chato,
chaaaaaaaaaaato...
E ter de trabalhar todo dia,
trabalhar para quê?
Ir para o trabalho,
voltar do trabalho,
ir para o trabalho,
voltar do trabalho,
ir e voltar, ir e voltar,
ir e voltar, ir e voltar,
até que um dia, finalmente,
ir...e não voltar.
Cheio de precisar procurar
e falar e implorar aos
figurões
das repartições:
"Volte amanhã, cole mais um selo,
entre na fila, reconheça a firma,
volte amanhã, espere o chefe chegar do café,
hoje já fechou, volte amanhã,
siga os canais competentes,
pague o imposto, volte amanhã,
volte amanhã, volte amanhã,
não volte nunca mais, vá pro diabo!
Trabalhar no INSS
entrar para o INSS
sair do INSS
credenciar no INSS
brigar com o INSS
reatar com o INSS
sofrer, viver, respirar, comer, mijar INSS
pr ´um dia, finalmente,
faturar quarenta US,
Sentir que a vida passa e não se realiza,
sentir que esse bolero de Ravel não tem fim.
Nascer, chorar, crescer, crescer, crescer,
estudar, brigar, levar pau, crescer mais,
apanhar do papai, apanhar da mamãe,
apanhar do colega, apanhar da polícia,
apanhar resfriado, apanhar gonorréia
e depois trabalhar e lutar e casar
e levar a mulher pro doutor abortar,
e dormir, e acordar, e fugir do credor,
e dar golpes na praça e comprar o juiz
e juntar capital, e enfim enriquecer
na hora de morrer deixando alguém feliz.
Ora, p...a, direis, que já me estoura o saco!
Oh! chatura sem fim, oh! chatura infernal!
Estou cheio, estou cheio, estou cheio de tudo,
deste mundo, da vida, de mim mesmo talvez!.
De que vale trepar se o gozo é tão fugaz
e o que sobra, afinal, é um ardor por detrás!!!
sexta-feira, 6 de abril de 2012
O nome do DJ
sexta-feira, 30 de março de 2012
Como pinga
quarta-feira, 28 de março de 2012
Devolve meu coração
Millôr Fernandes morreu. Que merda!
O desenhista, jornalista, dramaturgo e escritor Millôr Fernandes morreu na noite de terça-feira (27), aos 88 anos, em sua casa no Rio. De acordo com a família, ele sofreu falência múltipla dos órgãos e parada cardíaca.
O velório será realizado na quinta (29), das 10h às 15h no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju, na Zona Portuária do Rio. Depois, o corpo será cremado em cerimônia restrita à família.
Em novembro de 2011, Millôr Fernandes recebeu alta depois de quase cinco meses internado na Casa de Saúde São José, situada em Botafogo, zona sul do Rio --em fevereiro do ano passado, ele sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) isquêmico.
Millôr deixa dois filhos, Ivan e Paula, frutos de seu relacionamento com Wanda Rubino. Dois de seus irmãos são vivos: Ruth, que mora no Equador, e Hélio, proprietário do jornal "Tribuna da Imprensa".
Ricardo Moraes/Folhapress | ||
O escrito Millôr Fernandes, que morreu em sua casa no Rio aos 88 anos |
Nascido no bairro do Méier, no Rio, Millôr nasceu Milton Fernandes em 23 de agosto de 1923, mas foi registrado em 27 de maio de 1924. Anos mais tarde, quando foi ver sua certidão de nascimento, reparou que o "T" tinha aspecto de "L" e o "N", inconcluso, parecia um "R", sugerindo a grafia Millôr em vez de Milton. Assumiu-se, então, Millôr.
Millôr perdeu os pais ainda criança -- o pai morreu de intoxicação quando ele era bebê e a mãe, vítima de câncer, quando ele tinha dez anos.
Em 1938, aos 14, Millôr entrou no Liceu de Artes e Ofícios e começou a trabalhar profissionalmente na revista "O Cruzeiro". Naquele momento, se tornaria um dos principais nomes do jornalismo e das artes no Brasil. Registros constatam, inclusive, que, no período em que ele ficou no "Cruzeiro", as vendas subiram de 11 mil para 750 mil exemplares.
Foi também um dos criadores do jornal "O Pif-Paf". Apesar de ter durado apenas oito edições, a publicação é considerado o início da imprensa alternativa no Brasil. Ele foi ainda um dos colaboradores de "O Pasquim", reconhecido por seu papel de oposição ao regime militar.
Com diversas aptidões --para o desenho, a prosa, a poesia, o teatro, a literatura--, raramente se sentia frustrado. Foi premiado como desenhista (dividiu com seu ídolo Saul Steinberg [1914-1999] o primeiro lugar na Exposição Internacional do Museu da Caricatura de Buenos Aires, em 1955), requisitado como tradutor (de Shakespeare, Molière, Sófocles, Bernard Shaw), autor de peças célebres como "Liberdade, Liberdade" (1965), uma das obras pioneiras do teatro de resistência ao regime militar, feita em parceria com Flávio Rangel e encenada pelo Grupo Opinião, com Paulo Autran e Tereza Rachel.
Acervo UH/Folhapress | ||
O desenhista, jornalista, dramaturgo e escritor Millôr Fernandes em outubro de 1970 |
Publicou mais de 50 livros a partir de 1946, boa parte compilando textos humorísticos e desenhos feitos para a imprensa, dentre eles "Fábulas Fabulosas" (1964) e "A Verdadeira História do Paraíso" (1972). Veja outras de suas publicações "[aqui]".http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1068385-veja-cronologia-e-algumas-obras-de-millor-fernandes.shtml.
Entre os múltiplos talentos de Millôr também estava o de roteirista. Foram mais de dez roteiros criados para o cinema, individualmente --"Modelo 19" (1952, mais conhecido como "O Amanhã Será Melhor"; "Amor para Três" (1960), "Ladrão em Noite de Chuva" (1960); "Esse Rio que Eu Amo" (1962), "Crônica da Cidade Amada" (1965), "O Menino e o Vento" (1967) e "Último Diálogos" (1995)-- ou em parceria, como "O Judeu" (1995), com Geraldo Carneiro e Gilvan Pereira, e "Mátria" (1998), com Carneiro e Jom Tob Azulay. Em "Terra Estrangeira" (1995), dirigido por Walter Salles e Daniela Thomas, participou com diálogos adicionais.
Millôr foi uma das primeiras personalidades brasileiras a ter espaço na internet, inaugurando seu site, que segue no ar até hoje, no ano 2000. No Twitter, tem mais de 368 mil seguidores.
POLÍTICA E JORNALISMO
Seu humor crítico e inclemente lhe traria problemas também com governantes, desde o presidente Juscelino Kubitschek (que censurou seu programa "Treze Lições de um Ignorante", na TV Tupi Rio, após uma piada com a primeira-dama) até os militares que atacaram "O Pasquim" --jornal que ele ajudou a criar-- durante a ditadura.
A política também causaria o fim de seu primeiro período (1968-1982) na revista "Veja", quando se negou a cessar o apoio público a Leonel Brizola nas eleições para governador do RJ em 1982.
Em setembro de 2004, voltaria à "Veja", mas sairia cinco anos depois --seu contrato não seria renovado após Millôr questionar (a princípio extrajudicialmente) a publicação de suas colunas antigas na edição digital da revista.
Na Folha, Millôr Fernandes assinou uma coluna semanal, no caderno dominical "Mais!", entre julho de 2000 e agosto de 2001.
Gosto de gente que diz não
segunda-feira, 26 de março de 2012
No horizonte da vida linhas firmes e tranquilas
NIETZSCHE, Friedrich. Humano, demasiado humano. Tradução de Antônio Carlos Braga. 2. ed. São Paulo: Escala, [198-?]. 356 p. ISBN 85-7556-757-8 (Grandes obras do pensamento universal, 42)
O gênio
NIETZSCHE, Friedrich. Humano, demasiado humano. Tradução de Antônio Carlos Braga. 2. ed. São Paulo: Escala, [198-?]. 356 p. ISBN 85-7556-757-8 (Grandes obras do pensamento universal, 42)
É quando a arte...
NIETZSCHE, Friedrich. Humano, demasiado humano. Tradução de Antônio Carlos Braga. 2. ed. São Paulo: Escala, [198-?]. 356 p. ISBN 85-7556-757-8 (Grandes obras do pensamento universal, 42)
Os chamados talentos...
NIETZSCHE, Friedrich. Humano, demasiado humano. Tradução de Antônio Carlos Braga. 2. ed. São Paulo: Escala, [198-?]. 356 p. ISBN 85-7556-757-8 (Grandes obras do pensamento universal, 42)
quinta-feira, 22 de março de 2012
Em sonho ser feliz
Depois de tudo o que aconteceu.
Te vi em sonho e meu sonho se perdeu.
Fiquei mais só, meu coração adoeceu.
Quero sonhar com você todas as noites,
Acordar com um semblante doce
E fazer o dia especialmente feliz.
Sonhar que nos vimos em sonho,
E em sonho conseguimos ser feliz.
domingo, 18 de março de 2012
Companhias vulgares
Por que sentimos remorsos depois te termos ficado em companhias vulgares? Porque tomamos com leviandade coisas importantes, porque ao falar com certas pessoas não falamos com toda a boa-fé ou porque guardamos silêncio quando devíamos ter falado, porque no momento não tivemos coragem de levantar bruscamente e deixar o grupo, em suma, porque nos comportamos nessa companhia como se fizéssemos parte dela. P. 248
NIETZSCHE, Friedrich. Humano, demasiado humano. Tradução de Antônio Carlos Braga. 2. ed. São Paulo: Escala, [198-?]. 356 p. ISBN 85-7556-757-8 (Grandes obras do pensamento universal, 42)
sábado, 17 de março de 2012
A alma de um homem se desgasta
A alma de um homem se desgasta também por um contato contínuo; pelo menos é o que acaba por nos parecer – nunca mais haveremos de rever sua figura e sua beleza originais. Sempre se perde no relacionamento demasiado íntimo com mulheres e amigos; e nisso se perde às vezes a pérola da própria vida. p. 275
NIETZSCHE, Friedrich. Humano, demasiado humano. Tradução de Antônio Carlos Braga. 2. ed. São Paulo: Escala, [198-?]. 356 p. ISBN 85-7556-757-8 (Grandes obras do pensamento universal, 42)
Que seja dito para os homens capazes de dar-se conta
NIETZSCHE, Friedrich. Humano, demasiado humano. Tradução de Antônio Carlos Braga. 2. ed. São Paulo: Escala, [198-?]. 356 p. ISBN 85-7556-757-8 (Grandes obras do pensamento universal, 42)
Atormentar nossa prudência
As pessoas que, em nossas relações com elas, querem atormentar nossa prudência com suas lisonjas, usam e um meio perigoso, semelhante ao narcótico que, se não leva a adormecer, deixa mais desperto. P. 241
NIETZSCHE, Friedrich. Humano, demasiado humano. Tradução de Antônio Carlos Braga. 2. ed. São Paulo: Escala, [198-?]. 356 p. ISBN 85-7556-757-8 (Grandes obras do pensamento universal, 42)
Nossas ações
Raramente se haverá de errar, se forem atribuídas as ações extremas à vaidade, as medíocres ao costume e as mesquinhas ao medo. P. 86
NIETZSCHE, Friedrich. Humano, demasiado humano. Tradução de Antônio Carlos Braga. 2. ed. São Paulo: Escala, [198-?]. 356 p. ISBN 85-7556-757-8 (Grandes obras do pensamento universal, 42)
sexta-feira, 16 de março de 2012
Penúria simbólica e abundância material
A morte recente de uma professora quando tentava salvar seu automóvel de uma enchente é sem dúvida trágica. Mas como toda tragédia que os gregos nos legaram, este fato nos traz algum ensinamento: ele é sintomático destes tempos ditos pós-modernos. A professora preferiu colocar sua vida em risco, ainda que sob os chamados de desencorajamento de algumas pessoas, para salvar seu carro. Mas para ela certamente não era somente um carro. Para que se atirasse em tamanho perigo era porque neste carro havia dispendido um bom dinheiro e uma vida de trabalho.
Contudo não se pode dizer que a professora quis a salvar sua vida que dedicou ao trabalho através do salvamento do carro. Ainda que salvando o veículo, a vida não se resgata, naturalmente. Mas se pode dizer que foi o dinheiro então que ela quis salvar, na possibilidade eminente da perda do veículo. Note que a possibilidade de perder um carro - ou um punhado de dinheiro fictício - e perder a própria vida são colocadas lado a lado, no mesmo patamar de valor. Pois a professora não só arriscava-se perder o carro como arriscava-se perder a sua vida, o que ocorreu, infelizmente.
Não obstante, ainda não era só dinheiro. O seu carro era seu espelho. Nele ela refletia seus valores. Valores efêmeros e de moda, valores forjados, transcendentes ao objeto, embutidos pelo marketing que aplica conscienciosamente a ciência com objetivo vil, para fins imorais. Foi, então, em nome de valores fictícios, forjados e efêmeros, valores que ela acreditava e por isso se atirou com tanta gana ao veículo. É como se o valores que ela atribuía ao seu carro e os que o carro atribuía a ela pudessem serem restituídos à proprietária se tivesse salvado o seu automóvel. Sabedoria chinesa: Salve-se antes de tudo.Alexandre, O Pequeno
Bem-Querer - Chico Buarque
Quando o meu bem-querer me vir
Estou certa que há de vir atrás
Há de me seguir por todos
Todos, todos, todos o umbrais
E quando o seu bem-querer mentir
Que não vai haver adeus jamais
Há de responder com juras
Juras, juras, juras imorais
E quando o meu bem-querer sentir
Que o amor é coisa tão fugaz
Há de me abraçar com a garra
A garra, a garra, a garra dos mortais
E quando o seu bem-querer pedir
Pra você ficar um pouco mais
Há que me afagar com a calma
A calma, a calma, a calma dos casais
E quando o meu bem-querer ouvir
O meu coração bater demais
Há de me rasgar com a fúria
A fúria, a fúria, a fúria dos animais
E quando o seu bem-querer dormir
Tome conta que ele sonhe em paz
Como alguém que lhe apagasse a luz
Vedasse a porta e abrisse o gás
segunda-feira, 5 de março de 2012
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Entre amigos
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Rupinol
Fim de semana é um barato, pode crer
Cerpa, Brahma, Antarctica ou Skol
Mas você tenha cuidado com o famoso Rupinol
O Rupinol é uma droga perigosa
... Que a gatinha usa para lhe roubar
Quando ela bota no seu copo
Você fica arrupinado
No final você sai roubado
Ela te chama de céu, ela leva teu anel
Ela te chama de pão, ela leva teu cordão
Ela te chama de amor, vai sentir é muita dor
Ela te chama de meu bem e leva tudo que tu tens
Ela leva tua carteira e leva até tua pulseira
O Rupinol é perigoso, tu não levantas da cadeira
O serviço está pronto, estás todo depenado otário
Palitó com seu sapato levaram
O Rupinol é muito ingrato
Porque antes de tudo isso
Pra ela tu era um gato...
O Bêbado
Arrepender-se depois somente de tão desmedido consumo.
Rir-se mais do precedente arrebatamento de um vulto
Que na afluência dos sentires do mundo esteve assim tão contente.
Eis do beber o esperado: lançar-se aos braços de Dioniso
E de todos haver ganhado ao menos um curto sorriso.
Deliberadamente o riso. Rir, rir tanto de si mesmo!
E bêbado de tanto sentir por sentir tanto de bêbado
Transbordar-se inteiro de si e espalhar-se todo no meio.
Chamas Arte o transbordar de vida? O bêbado chame-o artista.
(fabiano foresti)
http://palavrascomcheiro.com/poesias/o-bebado.php
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Somente em sonho
Meu coração ainda bate
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Só um poeta
O valor da vida
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Nossa vocação
Propósito
Os Desclassificados
Os Desclassificados tem influência de diversos estilos musicais, literários e artísticos, que promoveu o nascimento de uma banda bem diferente, que mistura espontaneamente rock, samba e funk, com letras carregadas de significação, crítica social e alegria. O conjunto surgiu em 2007 na cidade de Florianópolis/SC e é composto por L. Mazoni (baixo), Fabiano Foresti (bateria), F. Foresti (guitarra e voz) e D. Scopel (guitarra e voz). Em 2011 a banda passa a contar com R. Albuquerque na guitarra solo.