quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O mundo das drogas

Sem necessidade, o jovem experimenta o trabalho por curiosidade, para se destacar em seu círculo social, sair do tédio, fugir da realidade. Ele sabe dos riscos que corre e não pode ignorar que, no início, o trabalho proporciona um prazer enorme – chega-se a situações de euforia e conforto que não seriam possíveis. Existe sempre alguém que pode oferecer trabalho de graça, sabe onde conseguir ou terceiriza, a fim de sustentar o próprio vício.

RADFAHRER, Luli. A arte da guerra para quem mexeu no queijo do pai rico. São Paulo: Planeta do Brasil, 2004. 158 p.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Viaja dentro de ti

Pudesse a árvore vagar
e mover-se com pés e asas,
não sofreria os golpes do machado
nem a dor de ser cortada.
 
Não erasse o sol por toda a noite,
como poderia ser o mundo iluminado
a cada nova manhã?
 
E se a água do mar não subisse ao céu,
como cresceriam as plantas
regadas pela chuva e pelos rios?
 
A gota que deixou seu lar, o oceano,
e a ele depois retornou,
encontrou a ostra à sua espera
e nela se fez pérola.
 
Não deixou José seu pai
em lágrimas, pesar e desespero,
ao partir em viagem para alcançar
o reinado e a fortuna?
 
Não viajou o Profeta
para a distante Medina
onde encontrou novo reino
e centenas de povos para governar?
 
Faltam-se pés para viajar?
Viaja dentro de ti mesmo,
e reflete. como a mina de rubis,
os raios de sol para fora de ti.
 
A viagem te conduzirá a teu ser,
transmutará teu pó em ouro puro.
 
Ainda que a água salgada
faça nascer mil espécies de frutos,
abandona todo amargor e acridez
e guia-te apenas pela doçura.
 
É o Sol de Tabriz que opera todos os milagres:
toda árvore ganha beleza
quando tocada pelo sol.
 
 
Rumi
 
 
CARVALHO, José Jorge de. Os melhores poemas de amor da sabedoria religiosa de todos os tempos. Seleção, apresentação e tradução de José Jorge de Carvalho. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001. 201 p. 

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Edward Albee

O americano Edward Albee, autor de "Quem Tem Medo de Virginia Woolf?", tem nova peça montada em São Paulo; ganhador de três prêmios Tony e três Pulitzer, ele defende que o teatro deve ser antes um ato de agressão do que uma fonte de felicidade
 
O sr. dá aulas na Universidade de Houston. Como é o contato com grupos de jovens dramaturgos?
Ensino porque aprendo ao fazê-lo. Sou muito egoísta. Se não existisse essa via de mão dupla, não funcionaria para mim. Sempre digo aos alunos: "Escrevam a primeira peça de todos os tempos. Inventem a forma, a estrutura, a ideia". Toda arte é reinvenção, não repetição. Arte ruim é repetição. É simples assim.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Os imitadores

MILLER, Henry. O mundo do sexo. 3. ed. Rio de Janeiro: Pallas, 1975. 111 p.

 

Ainda mais trágico, mais irônico, é o exemplo dos imitadores, daqueles que nunca tentaram viver suas próprias vidas, mas que se dedicaram a imitar a dos grandes mestres. […] Seguir (ao invés de conduzir) é uma maldição que paira sobre o homem. p. 97

A verdadeira traição é seguir o caminho ditado pelo mundo e usar nossa inteligência para justificar essa fraqueza. (Jean Guéhenno) p. 97

O assassino em nós

MILLER, Henry. O mundo do sexo. 3. ed. Rio de Janeiro: Pallas, 1975. 111 p. 

 
Estamos nos tornando cada vez mais neutros, [...] mais assexuais. O asassino [...] é o resultado
[...] da raça degenerada que está [...] minando a nossa estrutura social. Emocionalmente distorcido, o assassino só consegue entrar em contato com seu semelhante através do derramamento de sangue.
 
Existem entre nós todos os tipos de assassino. Aquele que acaba na cadeira elétrica não é senão o arauto de um anfitrião assustador. […] Em determinado sentido, somos todos assassinos. Nosso sistema de vida tem suas raízes no assassinato. […] Sob o pretexto de nos proteger, inventamos os mais fantásticos instrumentos de destruição, que acabam por nos destruir. Ninguém parece acreditar no poder do amor, que é o único seguro. Ninguém mais acredita no vizinho ou em si mesmo – quanto mais num ente superior. O medo, a inveja e a suspeita brotam por todos os lados. p. 74

sábado, 1 de janeiro de 2011

Canções se escrevem sozinhas

Boas camções se compõem sozinhas. Você só se deixa levar pelo olfato, ou pelos ouvidos. O talento é não interferir demais. Ignore a inteligência, ignore tudo: vá para onde ela te leva. Você não tem participação nenhuma, e de repente ela está lá. [...] canções se escrevem sozinhas, você só as transporta.  p. 346
 
RICHARDS, Keith. Vida. São Paulo: Globo, 2010. 631 p.

Força e poder, sem volume

O que se quer obter é força e poder, sem volume - uma força interior. p. 271
 
RICHARDS, Keith. Vida. São Paulo: Globo, 2010. 631 p.