A despeito das incitações perpétuas a "curtir", Narciso venceu Dionísio. p. 248
Por toda parte, as festas são dominadas pela lógica dos lazeres, dos espetáculos e do consumo: a festa tradicional ou memorial foi substituída pela festa consumista ou frívola centrada no presente. p. 253
Na sociedade de hiperconsumo, triunfa a festa sem passado nem futuro, a hiperfesta auto-suficiente, presenteísta, no grau zero do sentido, apenas alimentada pelas paixões de distração e de consumo. p. 254
Prazer de encontrar-se "entre si", atar laços cúmplices e conviviais com semelhantes, declarar um orgulho identitário, a festa funciona como instrumento de autodefinição e de afirmação de si num tempo em que as identidades coletivas já não estão dadas e admitidas de uma vez por todas. O indivíduo se busca muito mais do que se perde: eis o princípio da festa reativado por uma exigência de "orgulho" neo-individualista, de enraizamento e de reidentificação de si. p. 256
Construir-se, destacar-se, aumentar suas capacidades, a "sociedade do desempenho" tende a tornar-se a imagem prevalente da hipermodernidade. p. 260
As antigas utopias estão mortas, o que "inflama" a época é um estilo de existência dominado pela "vitória", o sucesso, a competição, o eu de alto rendimento. Ser o melhor, destacar-se, superar-se: eis a sociedade democrática "convertida" ao culto do desempenho, "vetor de um desenvolvimento pessoal de massa". p. 264
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