quinta-feira, 30 de julho de 2009

Garrafas cheias *

Sonhei que só tinha
Sonhei que só tinha
Garrafas cheias
E mulheres vazias (2x)

Entrei no bar
Pedi uma cerveja
Disse oi meu bem
O que você deseja

Ela ficou muda
Não tinha nada a dizer
Eu disse: ah meu amor
Como eu gosto de você

Sonhei que só tinha
Sonhei que só tinha
Garrafas cheias
E mulheres vazias (2x)

Entrei no bar
Pedi uma cachaça
Disse meu amor
Você é tão cheia de graça

Ela ficou louca
Disse que era poesia
Eu disse: ah meu bem
Beijar você é uma alegria


* letra inspirada no quadrinho "Equação da felicidade" de Joatan Preis Dutra


Os Desclassificados
Composição: f. foresti
Arranjo: l. manzoni, d.scoepl. fabiano f., f. foresti

Pode-se aprender três coisas de uma criança

"Nesta vida, pode-se aprender três coisas de uma criança: estar sempre alegre, nunca ficar inativo e chorar com força por tudo o que se quer."

 
Paulo Leminski
 
 

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Pai nosso de cada dia

Sarau Boca de Cena - 16/07/2009

Fabiano conversa com Juliana :)

Esta foi a única foto que consegui fazer antes de acabar a maldita pilha. Entrei todo empolgado na cabine de som com o Rogério e saquei a máquina... ainda bem que haviam algumas boas almas que fotografaram toda a apresentação e não cobraram nada da banda... até o momento. :)

Teatro da UFSC... nunca havia entrado lá, fiquei impressionado com o espaço e o aconchego mesmo do local; quem passa lá fora não imagina como é agradável lá dentro. Lembou-me o Cine York de São José.

Apresentação Sarau Boca de Cena em Julho de 2009


Imagens: Fernanda Baroni

domingo, 26 de julho de 2009

segunda-feira, 20 de julho de 2009

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Algumas imagens do Sarau Boca de Cena de julho

Até que ficaram legais, eu achei. Granuladas por falta de luz, né, mas sem flash foi o que deu pra fazer :)
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Créditos Martini!!!



quarta-feira, 15 de julho de 2009

Narciso venceu Dionísio

LIPOVETSKY, Gilles. A felicidade paradoxal: ensaio sobre a sociedade do hiperconsumo. Tradução de Maria Lucia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. 402 p.

A despeito das incitações perpétuas a "curtir", Narciso venceu Dionísio. p. 248

Por toda parte, as festas são dominadas pela lógica dos lazeres, dos espetáculos e do consumo: a festa tradicional ou memorial foi substituída pela festa consumista ou frívola centrada no presente. p. 253

Na sociedade de hiperconsumo, triunfa a festa sem passado nem futuro, a hiperfesta auto-suficiente, presenteísta, no grau zero do sentido, apenas alimentada pelas paixões de distração e de consumo. p. 254

Prazer de encontrar-se "entre si", atar laços cúmplices e conviviais com semelhantes, declarar um orgulho identitário, a festa funciona como instrumento de autodefinição e de afirmação de si num tempo em que as identidades coletivas já não estão dadas e admitidas de uma vez por todas. O indivíduo se busca muito mais do que se perde: eis o princípio da festa reativado por uma exigência de "orgulho" neo-individualista, de enraizamento e de reidentificação de si. p. 256

Construir-se, destacar-se, aumentar suas capacidades, a "sociedade do desempenho" tende a tornar-se a imagem prevalente da hipermodernidade. p. 260

As antigas utopias estão mortas, o que "inflama" a época é um estilo de existência dominado pela "vitória", o sucesso, a competição, o eu de alto rendimento. Ser o melhor, destacar-se, superar-se: eis a sociedade democrática "convertida" ao culto do desempenho, "vetor de um desenvolvimento pessoal de massa". p. 264

Sobre nossa produção desclassificada

Recebi este email do meu irmão e achei interessante postar... surgiu de uma conversa nossa sobre as crítivas de minha gatinha sobre minhas ações, amigos, arte, enfim... lá vai...


Quando você é condenado por seus amigos "loucos" ou condenado por tal ou qual comportamento desviante daquele que a pessoa que te condena representa, eis o que diz Bourdieu sobre isso:

"Não há profissão pequeno-burguesa de ascetismo, nem elogio do limpo, do sóbrio, do bem-cuidado, que não encerre uma condenação tácita à sujeira, à inconveniência, nas palavras ou nas coisas, à intemperança, à imprevidência ao impudor ou à imprudência, como se os agentes só pudessem reconhecer seus valores naquilo que os valorizam, na última diferença que é também, muitas vezes, a última conquista, na distância genética e estrutural que propriamente os define." P. 86.

As críticas em relação a tua pretensão de escrever e publicar obras sem a legitimação dos meios legítimos da cultura legítima esconde esse princípio da conformidade que visa o embaraço, de que fala Bourdie. Você, não sendo desse grupo, não deve ter a pretenção de sê-lo:

"Quanto às chamadas de ordem ("por quem você se toma?", "não é para pessoas como nós") onde se enuncia o princípio da conformidade, única norma mais ou menos explícita do gosto popular, e que visam encorajar as escolhas "modestas" em todo caso impostas pelas condições objetivas, elas próprias encerram uma ameaça contra a ambição de identificar-se com outros grupos, de se distinguir, portanto, e se distanciar do grupo; pretensão particularmente condenada nos homens, (...)"

A citação abaixo é reveladora quando se pensa na estilização da vida do autor das críticas e o que ele valoriza, que está ligado a unidade de seu estilo de vida, a sua casa, nos seus móveis, etc. Na última sentença, em negrito, a idéia do gosto natural. A tua obra então é pensada pelo autor das críticas em comparação às obras legítimas dos meios legítimos da cultura legíma como algo natural que tu deves sempre seguir e tomar como exemplo:

"Na medida em que cresce a distância objetiva com relação à necessidade, o estilo de vida se torna, sempre, cada vez mais o produto de uma "estilização da vida", decisão sistemática que orienta e organiza as práticas mais diversas, escolha de um vinho e de um queijo ou decoração de uma casa de campo. Afirmação de um poder sobre a necessidade dominada, ele encerra sempre a reivindicação de uma superioridade legítima sobre aqueles que, não sabendo afirmar esse desprezo pelas contingências no luxo gratuito e no desperdício ostentatório, permanecem dominados pelos interesses e as urgências mundanas: os gostos de liberdade só podem se afirmar enquanto tais com relação aos gostos de necessidade e, passando por aí para a ordem da estética, constituídos como vulgares. Essa pretensão tem menos chances que qualquer outra de ser contestada, posto que a relação sobre a qual ela se funda, da disposição "pura" e "desinteressada" com relação às condições que a tornam possível, isto é, as condições matériais de existência mais raras porque mais liberadas da necessidade econômica, tem todas as chances de passa despercebida. O privilégio mais classificador tem, assim, o privilégio de aparecer como o mais fundado na natureza. P. 87".

Aqui Bourdie argumenta contra a ideologia do gosto natural:

"Não seria necessário demonstrar que a cultura é adquirida ou que essa forma particular de competência a que chamamos gosto é um produto da educação ou que nada é mais banal do que a procura da originalidade se todo um conjunto de mecanismos sociais não viessem dissimular essas verdades primeiras que a ciência deve restabelecer, estabelecendo em acréscimo as condições e as funções de sua dissimulação. É assim que a ideologia do gosto natural, que repousa na negação de todas essas evidências, tira sua aparência e sua eficácia daquilo que, como todas as estratégias ideológicas que se engendram na luta de classes cotidianas, ela naturaliza das diferenças reais, convertendo em diferenças de natureza diferenças no modo de aquisição da cultura. P. 95. "


Neste trecho, abaixo, mostra bem o que a cultura dominante pretende: que aqueles não possuem capital cultural da cultura dominante e legítima tenham sempre a sensação de inompetência e fracasso, constrangimento. Assim, nós não publicamos nada por vergonha, não tocamos por medo, enfim:


"O desapossamento cultural

O estilo de vida das classes populares deve suas características fundamentais, compreendendo aquelas que podem parecer como sendo as mais positivas, ao fato de que ele representa uma forma de adaptação à posição ocupada na estrutura social: encerra sempre, por esse fato, nem que seja sob a forma do sentimento da incapacidade, da incompetência, do fracasso ou, aqui, da indignidade cultural, uma forma de reconhecimento dos valores dominantes. P. 100. "


Alienado somos nós, dominados pela cultura dominante buscando a todo custo alcançá-la numa busca frenética e frustrante. Procuremos nossos próprios fins, por nossos próprios meios. Nesse sentido a internet é fantástica. Bourdieu não à conheceu, morreu antes:


Esse desapossamento da capacidade de formular seus próprios fins (e a imposição correlativa de necessidades artificiais) é, sem dúvida, a forma mais sutil de alienação.


Abaixo Bourdieu expõe sua veia marxista. Ele coloca o termo teórico em oposição à prática porque a cultura dominate detém os meios teóricos (não são, portanto, o único caminho) já que não tem função prática, como a estética e a idéia do belo na arte, os saberes inúteis que a escola inculca desde a infância, período em que tudo é aceito como verdade absoluta e natural:

"Excluídos da propriedade dos instrumentos de produção, eles (classes populares) são também desapossados dos instrumentos de apropriação simbólica das máquinas a que eles servem, não possuindo o capital cultural incorporado que é a condição da apropriação conforme (ao menos na definição legítima) do capital cultural objetivado nos objetos técnicos. P. 100. "

"Dominados pelas máquinas a que eles servem e por aqueles que detêm os meios legítimos, isto é, teóricos, de dominá-los, eles reencontram a cultura (na fábrica como na escola, que ensina o respeito pelos saberes inúteis e desinteressados) como um princípio de ordem que não tem necessidade de desmontar sua utilidade prática para ser justificado. P. 102. "

"A legitimidade da disposição pura é tão totalmente reconhecida que tudo leva a esquecer que a definição da arte e, através dela, da arte de viver, é um lugar de luta entre as classes; e isso tanto mais que as artes de viver antagonistas têm muito poucas chances de conseguirem se exprimir, tendo vista as condições das quais elas são o produto. P. 117"


É isso aí meu quiridu! Por isso que somos e devemos continuar sermos os desclassificados e por isso que esse nome é excelente e significativo. Viva a contracultura!!

domingo, 12 de julho de 2009

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Convocação de ensaio

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Desclassificado - Vídeo

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Fabiano espera a banda na porta do estúdio

Minha mulher, a solidão

Minha mulher, a solidão,
consegue que eu não seja triste.
Ah, que bom é ao coração
ter este lar que não existe!

Recolho a não ouvir ninguém,
Não sofro o insulto de um carinho,
E falo alto sem que haja alguém:
nascem-me os versos no caminho.

Senhor, se há bem que o céu conceda
submisso à opressão do Fado,
dá-me eu ser só, - veste de seda -,
e falar só – leque agitado.
Fernando Pessoa

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Convocação de ensaio

 

Boneco favorito do nosso batera

Saibam que houve um tempo em que o fabiano não vivia sem este boneco...

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Fulana Minha Cara

Composição: f. foresti, l. manzoni, fabiano f.


Fulana minha cara
Não consigo entender
Porque tão repente
Não posso mais te ver.

Fulana minha marra
Preciso muito te ver
Se você não quiser
Olha, eu não vou entender

(refrão)
Mas se você quiser eu posso dar um telefonema
Mas se você quiser eu posso resolver o problema

Beltrana minha tara
Tudo é bom com você
Cinema, praia, bar
Até assistir tv.

Beltrana minha cara
Tudo é tão natural
Sei que não valho nada
Sou um cara de pau.

(refrão)
Mas se você quiser eu posso dar um telefonema
Mas se você quiser eu posso resolver o problema

Ciclana minha amada
Quero muito conversar
E para falar contigo
Vou à qualquer lugar.

Ciclana minha vida
Fica um pouco mais comigo
Se me deixar sozinho
Estou correndo perigo

(refrão)
Mas se você quiser eu posso dar um telefonema
Mas se você quiser eu posso resolver o problema



Arranjo: l. manzoni/fabiano foresti/daniel scopel/f. foresti
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