quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Cantor Roger xinga jornalista e debocha de perseguidos pela ditadura

Vocalista do "Ultraje a Rigor" critica Marcelo Rubens Paiva, que teve o pai assassinado durante a ditadura: "Seu bosta". Cantor afirmou ainda que quem foi perseguido pelo regime militar é porque "fazia merda"

roger ultraje marcelo rubens paiva
Roger Moreira ataca Marcelo Rubens Paiva no twitter por comentário na Flip (Edição: Pragmatismo Político)

O vocalista Roger Moreira, do Ultraje a Rigor, usou o Twitter para atacar o jornalista e escritor Marcelo Rubens Paiva, que há dez dias citou o líder do Ultraje durante uma participação na 12ª Flip (Feira Literária Internacional de Paraty), em Paraty (RJ).

Paiva, que participava de uma mesa sobre os 50 anos do golpe militar, lamentou o fato de muitas pessoas não saberem sobre a ditadura que comandou o Brasil por mais de duas décadas. O escritor citou Roger como exemplo, questionando que se até o roqueiro, que antes escrevia músicas a respeito do movimento das Diretas Já e críticas ao regime militar, hoje se converteu ao conservadorismo, o que esperar de muitos jovens que não têm acesso à informação sobre o tema?

"É compreensível que você considere o comunismo legal. Mas daí a me usar de exemplo na Flip foi canalha de sua parte. E errado", escreveu Roger, em mensagem que foi posteriormente deletada no Twitter nesta terça-feira.

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Irritado, o músico seguiu rebatendo as observações de Paiva e também publicou ofensas contra o jornalista. "E tem mais, seu bosta: minha família não foi perseguida pela ditadura. Porque não estava fazendo merda", concluiu.

Desaparecimento de Rubens Paiva

O jornalista Marcelo Rubens Paiva é filho do engenheiro civil e político brasileiro Rubens Paiva, desaparecido na época da ditadura militar.

Em um dos mais importantes e verossímeis depoimentos já prestados por agentes da ditadura, o coronel reformado Paulo Malhães confessou ter desenterrado em 1973 a ossada do desaparecido político Rubens Paiva.

No testemunho, o veterano da repressão também afirmou que ele e seus parceiros cortavam os dedos das mãos, arrancavam a arcada dentária e extirpavam as vísceras de presos políticos mortos sob tortura antes de jogar os corpos em rio onde jamais viriam a ser encontrados.

Ostracismo

Roger Moreira e sua banda caíram no ostracismo musical e não conseguiram emplacar mais nenhum sucesso desde meados da década de 90. O cantor, que se refere a Dilma Rousseff como 'terrorista' e dedica a maior parte do seu tempo para alardear na internet sobre os perigos da 'ascensão comunista no Brasil', trabalha hoje com o apresentador Danilo Gentili, no SBT. Ambos são admiradores confessos de Olavo de Carvalho – uma espécie de guru da nova direita brasileira.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Sábio Mr. Catra

Acho que esse disco vai acabar com a brincadeirinha que virou o rock. Agora é porrada. O rock voltou. Acabou o colorido. Acabou a matinê

Eu afino a minha voz com uma receita amazônica. Tomo muito chá de perereca. Três vezes ao dia, de preferência após às refeições. Ainda me ajuda na digestão.

Mr. Catra


Hunter Thompson

Por Maria Confort

A gente liga a TV na globo num fim de domingo, e o fantástico nos recebe com um especial sobre a chacina em Realengo. A morte das 15 crianças pelas mãos de um ex aluno do colégio onde elas estudavam vira manchete de milhares de jornais, e pauta para a Ana Maria Braga no programa Mais você. Numa época em que o jornalismo de massa se tornou mesquinha e superficial, culpando o video-game e a religião ao analisar uma crise psicológica e um problema social muito mais profundo, é bom lembrar que já existiu gente fazendo jornalismo de um jeito bem diferente.

Hunter Thompson

 

Hunter Thompson. Não sei se vocês já ouviram esse nome, mas se não, é hora de procurar seus textos e conhecer melhor tudo o que ele já escreveu.

Brevemente, Thompson foi um jornalista norte americano dos anos 60/70, e assinava textos da recém-nascida rolling stone. Foi um escritor muito porra louca, um dos mais inteligentes da geração dele e, quiçá, dos últimos tempos. O cara era doido, mas era uma loucura controlada que fazia jus ao mundo no qual ele vivia.

Ele escreve bem do jeito que eu gosto, seus textos são, acima de tudo, reais e tocam na ferida (mesmo quando Thompson escrevia linhas e linhas da mais pura mentira, estilo que mais tarde se tornou uma das principais características do Jornalismo Gonzo). Na época que os norte americanos estavam desiludidos com o sonho americano, quando a política era uma vergonha (era?!) e a contra cultura dava seus primeiros passos, Thompson resolveu fazer uma viagem-reportagem pelo deserto à caminho de Las Vegas, em busca desse "american dream" pedido ha tempos.

A maioria das pessoas que conhecem o escritor (tipo eu) o conhecem graças ao filme "Medo e Delírio em Las Vegas", com Johnny Depp no papel de Thompson e Benicio Del Toro como um advogado também porra louca, amigo e companheiro de Hunter Thompson na sua viagem pelo interior dos EUA. O filme foi baseado no livro-reportagem homônimo, escrito por Thompson.

Além de "medo em delírio em las vegas", um livro recheado de drogas e metáforas para representar a situação dos Estados Unidos na época, Thompson escreveu outros livos, o de maior repercussão foi "Hell´s Angels – Medo e Delírio Sobre Duas Rodas", no livro ele seguia a vida de uma gangue de motoqueiros bem conhecida na época. Ela apavorava todo o País, mas Thompson admirava todo movimento contrário ao ideal norte americano e, claro, resolveu decifrar o que vivia por baixo daquelas rodas.
Em resumo, sua surpresa não foi boa. Thompson presenciou festas onde os membros da gangue estupravam jovens e viajavam por longas horas sobre o efeito de drogas ainda pouco conhecidas.

Através de suas matérias loucas para a rolling stone, Hunter Thompson criou uma nova forma de fazer jornalismo, o "jornalismo gonzo", fingindo ser desprentencioso, mas sempre abordando temas importantes para a sociedade de uma forma debochada e, como eu já disse, preocupada em pisar no calo e meter o dedo na ferida. Thompson chegou a espalhar um boato através de seus textos na Rolling Stone, dizendo que um cantidado a presidência dos Estados Unidos era viciado em uma droga brasileira chama Ibogaína. Depois, ele se defendeu dizendo que só brincou com a história, e a própria população foi a responsável por estimular os rumores (Haha, you joker).

Thompson chegou a se candidatar como xerife de uma pequena cidade chamada Aspen, mas perdeu as eleições por pouco. Ele pretendia legalizar a maconha, alegando que existem problemas maiores no mundo para o governo se preocupar.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

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