quarta-feira, 19 de setembro de 2012

domingo, 16 de setembro de 2012

Metal fofo

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Estais ouvindo o alarido que fazem esses livros?

"Estais ouvindo o alarido que fazem esses livros? Falam ao mesmo tempo em todas as línguas. Discutem sobre tudo: Deus, a natureza, o homem, o tempo, o espaço,o bem, o mal, o conhecido e o desconhecido. Examinam tudo, contestam tudo, afirmam tudo, negam tudo. Raciocinam e divagam. Uns são graves, outros frívolos; uns são alegres, outros tristes; uns são prolixos, outros, concisos. São 800 mil nesta sala, e não há dois deles que pensem exatamente da mesma forma".

(Anatole France, "As sete mulheres de Barba Azul")

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Escrever para morrer

Escrevo estes versos frouxos
Para esquecer os gestos mesquinhos,
Toda a estupidez e falta de carinho
Que meu coração lhe deu.

Escrevo para esquecer quem sou
E para esquecer outro alguém.
Para lembrar das boas ações
Que eu fiz pra ninguém.

Escrevo pois quero morrer
Com calma, de mansinho,
Com as mãos de um demônio -

Feio, mal e pequenino -
Nas minhas mãos,
Conduzindo-me devagarinho.

f. foresti

Fado de poeta

Conheço bem o cheiro da poesia:
Chega assim como chega
O cheiro de um cadáver.
A poesia é uma cidade
Onde todos morreram,
Onde se vive de saudade,
Onde as crianças só fazem chorar
E os amantes só fazem matar.
Pode explodir coração,
Nesta cidade não existe ressureição,
Não se acredita em Deus ou religião,
Apenas há gente morta por todos lados,
Gente que gente não esquece.
Revele-me o motivo deste fado.
f. foresti

Aniversário

No meu aniversário,
Dia triste e sombrio,
Senti-me muito sozinho.
Ganhei um vinho.
Chorei ao acordar,
Como um desterrado
Com saudades do lar.
Perdi outro amor.
Ora, mas e a festa?
E o dia colorido e alegre?
Ganhei uma lata cabeça.
Infeliz: beba logo o vinho.
f. foresti

De tal maneira que hoje...

[...]
 
De tal maneira que hoje, eu desgostoso e azedo
Com tantas crueldades e tantas injustiças,
Se inda trabalho é como os presos no degredo,
Com planos de vingança e idéias insubmissas.
 
E agora, de tal modo a minha vida é dura,
Tenho momentos maus, tão tristes, tão perversos,
Que sinto só desdém pela Literatura,
E até desprezo e esqueço os meus amados versos!
 
 
JOSÉ JOAQUIM, Cesário verde, 1855-1886. O livo do Cesário Verde. Porto Alegre: L&M, 2010.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Júlio Gilson