quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Trincheiras de vidro

Somos guerrelheiros por trás de uma trincheira de plástico e vidro,
Ás vezes olhando por entre a garrafa, podemos ver melhor nosso inimigo.
E com uma mesa de plástico para apoiar as nossas idéias,
Somos mais letais do que todas as drogas e panacéias.
 
Á noite fica mais perigoso,vestimos nosso traje vil,
Todo mundo se corrompe, "vá pra puta que lhe pariu".
Vamos cair na putaria, azucrinar, à todos apavorar, 
Vamos encher o saco do dono do bar!
 
E quando chegar de manhã
E ele não quiser mais nem vender a saideira,
Vamos correr para algum lugar escuro
Onde continue a nossa bebedeira.
 

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Sobre a alegria

Chamamos de alegria a [...] plena aceitação sem condições nem melindres da vida que se manifesta entre o piscar do ser e do não ser. A alegria não justifica nem rechaça nada: assume o irreproduzível e frágil que se lhe oferece como seu único campo de atuação. E com ele se deleita, com glória, com empenho, com generosidade que às vezes parece cruel, mas no fundo, pensando bem, é compassiva. A alegria é a força misteriosa que nos liga sem refutações à beleza na estética e ao bem na ética.
 
SAVATER, Fernando. A importância da escolha. Tradução Paulo Anthero Barbosa. São Paulo: Planeta do Brasil, 2004. p. 168-169.