segunda-feira, 31 de maio de 2010

Cala a boca mina

Aconteceu comigo um dia
Uma galera que tomava anfetamina
E a coisa toda era muito louca
Porque a galera não calava a boca
 
(refrão)
Cala a boca mina
Cala a boca irmão
Pega leve na palavra
Não tá rolando comunicação
 
Aconteceu comigo um dia
Uma galera que tomava fluxotina
E a coisa toda era muito louca
Porque a galera não calava a boca
 
Aconteceu comigo um dia
Uma galera que cheirava cocaína
E a coisa toda era muito louca
Porque a galera não calava a boca
 

Composição: f. foresti
Arranjo: l. manzoni/fabiano foresti/daniel scopel/f. foresti
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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Antes de Nós

Antes de nós nos mesmos arvoredos
Passou o vento, quando havia
E as folhas não falavam

De outro modo do que hoje.

Passamos e agitamo-nos debalde.
Não fazemos mais ruído no que
Do que as folhas das árvores
Ou os passos do vento.
 
Tentemos pois com abandono assíduo
Entregar nosso esforça à Natureza
E não querer mais vida
Que a das árvores verdes.
 
Inutilmente parecemos grandes.
Salvo nós nada pelo mundo fora
Nos saúda a grandeza
Nem sem queres nos serve.
 
Se aqui, à beira mar, o meu indício
Na areaia do mar com três ondas o apaga,
Que fará na alta praia
Em que o mar é o Tempo?
 
 
Fernando Pessoa (Ricardo Reis)
 

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O Mãos Trocadas

 
leiam, é muito engraçado

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Já não vivi em vão se escrevi bem uma canção

Já não vivi em vão
Se escrevi bem
Uma canção.
 
A vida o que tem?
Estender a mão
A alguém?
 
Nem isso, não.
Só o escrever bem
Uma canção.
 
 
Pessoa, Fernando. Poesia: 1918-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 279